Corredores de transporte e exportação 

Historicamente, as redes ferroviárias brasileiras sempre participaram dos corredores de transporte e exportação. Num primeiro momento, eram utilizadas para ligar regiões produtoras de café aos portos exportadores. Atualmente, interligam regiões produtoras de commodities agrícolas e minerais aos portos e ao mercado internacional.

Na década de 1990, a extinta empresa estatal GEIPOT (Grupo Executivo de Integração da Política de Transportes) realizou vários estudos para a implantação de corredores de transporte e exportação no território brasileiro. Os corredores são viabilizados através da construção de infraestruturas e outras facilidades para o transporte, armazenamento e movimentação de grandes volumes de cargas, principalmente de commodities.

Normalmente, os corredores de transportes e exportação são constituídos por linhas extravertidas, unidirecionais e perpendiculares ao litoral, formando sistemas de transportes praticamente independentes e funcionais a uma reduzida variedade de produtos.

O sistema ferroviário atual, compreendido por linhas de bitola métrica e de bitola larga, podem ser classificadas, portanto, em dois tipos: as que participam e as que não participam destes corredores de exportação. Há uma diferença muito grande entre estes dois grupos de ferrovias. Os fluxos, os investimentos e os interesses dos agentes são muito maiores nas ferrovias que participam dos corredores de exportação.

Atualmente, os 29 mil quilômetros da malha ferroviária concessionada à iniciativa privada estão sendo utilizadas de maneira seletiva. Apenas um terço é efetivamente utilizada, justamente as que participam dos corredores de exportação. Os dois terços restantes da malha estão subutilizadas, sem investimentos e em degradação.

Os principais corredores de exportação com participação das ferrovias são: Rondonópolis (MT) – Santos (SP), voltado para o transporte de soja; Belo Horizonte (MG) – Vitória (ES), transporte de minério; e Centro-Norte, compreendendo os estados de Tocantins, Pará e Maranhão, utilizado para o transporte de minério e soja.

Corredores de exportação

A construção ou não destes corredores de transporte e exportação depende dos objetivos de cada país. No caso do Brasil, as ferrovias estão sendo organizadas e construídas para promover a inserção competitiva de produtos de grande volume e baixo valor agregado nos mercados internacionais. Portanto, a prioridade é o desenvolvimento das ferrovias de alto desempenho.

Além disso, como estes corredores visam à exportação, a sua organização e seu desenvolvimento são de interesse de outros países, que, com frequência, se habilitam para participar de projetos, da construção e das concessões das ferrovias nacionais.